segunda-feira, 21 de julho de 2008

A little history

Estava apreensivo, o dia pelo qual sempre temera estava logo na frente. Uma certa ansiedade batia no peito, um frio descia sua espinha, só de pensar que no próximo dia poderia acontecer tudo que sempre temera ele ficava muito assustado. Saiu com os amigos para aliviar a tenção, foram a um restaurante longe de sua casa, o caminhar fez com que esquecesse, por hora, o local a onde iria pela manhã.

Quando criança era aterrorizado pelo fantasma da possível obrigação, e mais, algumas vezes seu pai o amedrontava dizendo que faria de tudo para que ele cumprisse “o seu dever em quanto brasileiro”. Baboseiras, era o que ele pensava sobre o tal dever, detestava patriotismo exagerado. Gostava de seu país por suas belezas naturais, por sua gente sofrida e lutadora, pela pobreza financeira e riquezas naturais.

A noite fora divertida e já estava em casa novamente, seus pensamentos voltaram-se pro dia seguinte novamente, ligou a televisão e tentou afugentar os pensamentos, por fim adormeceu. Ouvia seu nome de longe, não sabia se estava sonhando ou se era realidade, novamente alguém o chamava, reconheceu a voz do avô, de quem havia herdado o nome. Despertou, eram seis horas da manhã, queria dormir mais, mas sabia que tinha que levantar, precisava estar no local exatamente na hora marcada. Levantou-se e fez sua higiene pessoal, chamou o colega que ia junto ao mesmo local e foram caminhando. O nervosismo aumentava à medida que os dois andavam, ele pegou seu “mp4 player” e foi ouvindo uma música agradável, os dois mal se falaram, um respeitava o silencio do outro, pois sabiam que naquela falta de palavras escondia-se um grande nervosismo. Então as passadas foram ficando mais lentas, estavam chegando. No portão dois jovens, provavelmente da mesma idade dos dois, esperavam, recolhiam o comprovante das pessoas que adentravam aquele local. Suas mãos suavam frias, ouviu uma piada sem graça bem longe no seu devaneio e fingiu achar engraçada, era alguma coisa haver com seu cabelo. Seguiu na direção indicada, não havia acentos, ou melhor havia mais já estavam preenchidos. Olhou buscando conhecidos, viu apenas um, e ele sabia que aquele não deveria estar ali, depois viu outros dois que estavam no lugar certo. Se afastou de seu companheiro e ficou aguardando.

Como é engraçado o tempo, era uma coisa que sempre passava por sua cabeça, quanto mais você quer que ele passe rápido mais ele demora a passar. Em situações de grandes nervosismo o tempo era o primeiro fator a aumentar o estresse.

Ali ficou aquela pequena multidão de jovens com idade entre 17 e 19 anos, em alguns podia se ver o nervosismo em outros a tranqüilidade. Um homem passou chamando alguns e perguntando seus nomes, enquanto isso ele estufou a barriga e curvou as costas qual a expectativa de que o tal homem nem o notasse. Foi dito e feito, nem sinal de ter sido visto. Outro homem entrou, apresentou-se, começou um discurso de palavras bem escolhidas e inteligentes, porem excessivamente patriota, uma frase desse outro homem que falava causou extremo asco àquele jovem que ouvia: “Se não gosta do Brasil saia dele”. Completamente ditatorial, parecia aquele velho bordão do período ditadura brasileira. Foi após o discurso que o esse homem começou a chamar alguns nomes e pediu para que esses que eram chamados seguissem um de seus subordinados. No meio dos mais diferentes nomes ouviu o nome de seu avô, e então percebeu que era ele a quem chamavam. Ficou com medo, mas seguiu, não tinha como não seguir, pensamentos ruins passaram por sua cabeça, pensou que todos pudessem ser fuzilados ali mesmo, e olhou a procura de armas. Nenhuma. Um homem que usava óculos se aproximou de todos e disse que aqueles poderiam seguir para suas casas. Estavam dispensados, ele teve vontade de gargalhar, aguardou seu nome e seu papel de liberação, percebeu que seu amigo não havia sido chamado, mas sabia que ele não seria obrigado a ficar, morava muito longe para isso. Pegou o papel e saiu rumo à rua, rindo feito um bobo. Pensou, então, que era um dos dias mais felizes de sua vida . Colocou uma música alegre em seu “player” e foi rindo pra casa. Então percebeu que todos os anos de apreensão haviam se passado e em 30 minutos ele recebeu a melhor noticia do ano: Não prestaria serviço militar!


Pois é! Fui dispensado do serviço militar e sim... eu sempre temi ter que servir!!


2 comentários:

Maria Aparecida Dutra Bastos disse...

GAROTO PRODÍGIO. Mas, me explique: PORQUE NEM O EXÉRCITO O QUIS? Faltou a moral da história!kkk. Um tanto filosófico, cheguei até pensar que fosse um novo Potter surgindo no mundo contemporâneo. Duti, amo você cara!

Nina Canaã disse...

E incrivel como ele consegue prender a nossa atenção no que ele escreve, e o pior consegue transferir o que ele sente, e ai ficamos nervosos pra sabermos o que é o que vai acontecer. Meldels e no final todo aquela angustia era por causa do exercito. RI LITROS².


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My Personality in "LOST"