domingo, 27 de julho de 2008

História Sem Fim

Se eu tivesse caneta e papel.
Mandar-lhe-ia uma carta.
Escreveria com todo o amor do mundo
Com a mais delicada letra
Com as mais bem escolhidas palavras.
Se lhe mandasse a tal carta, não seria de amor
Seria simplesmente uma carta,
Palavras no papel
Papel este que poderia se rasgar,
Ou simplesmente perder-se
Se soubesse como lhe escrever, nessa carta escreveria uma história
Uma estória que ninguém jamais ouvira
Nem lera,
Só pra você ler.
Não seria uma estória de amor,
O amor não deve ser desperdiçado em papeis,
Pois estes voam e no mundo desaparecem.
Provavelmente fim a tal estória não teria,
Finais nunca são como esperamos.
Se eu soubesse como escrever um final
Já o teria feito,
Antes mesmo de escrever o conto,
Antes mesmo de pensar na carta
Antes mesmo de escrever este poema
Que aqui termino sem um final
E sem uma explicação
Se poemas tivessem explicações não seriam poemas.
E se fossem feitos para serem entendidos...
Poetas eram ricos.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A little history

Estava apreensivo, o dia pelo qual sempre temera estava logo na frente. Uma certa ansiedade batia no peito, um frio descia sua espinha, só de pensar que no próximo dia poderia acontecer tudo que sempre temera ele ficava muito assustado. Saiu com os amigos para aliviar a tenção, foram a um restaurante longe de sua casa, o caminhar fez com que esquecesse, por hora, o local a onde iria pela manhã.

Quando criança era aterrorizado pelo fantasma da possível obrigação, e mais, algumas vezes seu pai o amedrontava dizendo que faria de tudo para que ele cumprisse “o seu dever em quanto brasileiro”. Baboseiras, era o que ele pensava sobre o tal dever, detestava patriotismo exagerado. Gostava de seu país por suas belezas naturais, por sua gente sofrida e lutadora, pela pobreza financeira e riquezas naturais.

A noite fora divertida e já estava em casa novamente, seus pensamentos voltaram-se pro dia seguinte novamente, ligou a televisão e tentou afugentar os pensamentos, por fim adormeceu. Ouvia seu nome de longe, não sabia se estava sonhando ou se era realidade, novamente alguém o chamava, reconheceu a voz do avô, de quem havia herdado o nome. Despertou, eram seis horas da manhã, queria dormir mais, mas sabia que tinha que levantar, precisava estar no local exatamente na hora marcada. Levantou-se e fez sua higiene pessoal, chamou o colega que ia junto ao mesmo local e foram caminhando. O nervosismo aumentava à medida que os dois andavam, ele pegou seu “mp4 player” e foi ouvindo uma música agradável, os dois mal se falaram, um respeitava o silencio do outro, pois sabiam que naquela falta de palavras escondia-se um grande nervosismo. Então as passadas foram ficando mais lentas, estavam chegando. No portão dois jovens, provavelmente da mesma idade dos dois, esperavam, recolhiam o comprovante das pessoas que adentravam aquele local. Suas mãos suavam frias, ouviu uma piada sem graça bem longe no seu devaneio e fingiu achar engraçada, era alguma coisa haver com seu cabelo. Seguiu na direção indicada, não havia acentos, ou melhor havia mais já estavam preenchidos. Olhou buscando conhecidos, viu apenas um, e ele sabia que aquele não deveria estar ali, depois viu outros dois que estavam no lugar certo. Se afastou de seu companheiro e ficou aguardando.

Como é engraçado o tempo, era uma coisa que sempre passava por sua cabeça, quanto mais você quer que ele passe rápido mais ele demora a passar. Em situações de grandes nervosismo o tempo era o primeiro fator a aumentar o estresse.

Ali ficou aquela pequena multidão de jovens com idade entre 17 e 19 anos, em alguns podia se ver o nervosismo em outros a tranqüilidade. Um homem passou chamando alguns e perguntando seus nomes, enquanto isso ele estufou a barriga e curvou as costas qual a expectativa de que o tal homem nem o notasse. Foi dito e feito, nem sinal de ter sido visto. Outro homem entrou, apresentou-se, começou um discurso de palavras bem escolhidas e inteligentes, porem excessivamente patriota, uma frase desse outro homem que falava causou extremo asco àquele jovem que ouvia: “Se não gosta do Brasil saia dele”. Completamente ditatorial, parecia aquele velho bordão do período ditadura brasileira. Foi após o discurso que o esse homem começou a chamar alguns nomes e pediu para que esses que eram chamados seguissem um de seus subordinados. No meio dos mais diferentes nomes ouviu o nome de seu avô, e então percebeu que era ele a quem chamavam. Ficou com medo, mas seguiu, não tinha como não seguir, pensamentos ruins passaram por sua cabeça, pensou que todos pudessem ser fuzilados ali mesmo, e olhou a procura de armas. Nenhuma. Um homem que usava óculos se aproximou de todos e disse que aqueles poderiam seguir para suas casas. Estavam dispensados, ele teve vontade de gargalhar, aguardou seu nome e seu papel de liberação, percebeu que seu amigo não havia sido chamado, mas sabia que ele não seria obrigado a ficar, morava muito longe para isso. Pegou o papel e saiu rumo à rua, rindo feito um bobo. Pensou, então, que era um dos dias mais felizes de sua vida . Colocou uma música alegre em seu “player” e foi rindo pra casa. Então percebeu que todos os anos de apreensão haviam se passado e em 30 minutos ele recebeu a melhor noticia do ano: Não prestaria serviço militar!


Pois é! Fui dispensado do serviço militar e sim... eu sempre temi ter que servir!!


quinta-feira, 17 de julho de 2008

Não Adianta

Não adianta,
Não adianta nada ver a banda,
Tocando "A Banda" em frente da varanda,
Não adianta o mar,
E nem a sua dor.

Não adianta,
Não adianta o bonde, a esperança,
E nem voltar um dia a ser criança,
O sonho acabou,
E o que adiantou?

Não tenho pressa,
Mas tenho um preço,
E todos tem um preço,
E tenho um canto,
Um velho endereço,
O resto é com vocês,
O resto não tem vez.

O que importa,
É que já não me importa, o que importa,
É que ninguém bateu em minha porta,
É que ninguém morreu,
ninguém morreu por mim.

Não quero nada,
Não deixo nada, que não tenho nada,
Só tenho o que me falta e o que me basta,
No mais é ficar só,
Eu quero ficar só.

Não adianta,
Não adianta, que não adianta,
Não é preciso, que não é preciso,
Então pra que chorar?
Então pra que chorar?
Quem está no fogo, está pra se queimar,
Então pra que chorar?

[Sérgio Sampaio]


domingo, 13 de julho de 2008

Rumo...

A vida é muito estranha, cheia de surpresas e mudanças. Se à alguns anos atrás eu pudesse ver o futuro, aposto que não acreditaria no Durval que hoje vejo. Afinal quando eu pensei que teria tantas responsabilidades nas mãos? Que teria coragem de escolher o caminho que jamais pensei que escolheria na bifurcação? Bom talez eu tenha crescido um pouco... talvez eu continue sendo um garotinho inconseqüente . Mas de tudo, eu sei, escolhi o caminho certo, por hora, mas é o certo.


As vezes precisamos dar um tempo de nós mesmos...
O problema é conseguir fazer isso.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Insônia

“E muito pra mim é tão pouco / E pouco é um pouco demais / Viver tá me deixando louco / Não sei mais do que sou capaz / Gritando pra não ficar rouco / Em guerra lutando por paz / Muito pra mim é tão pouco / E pouco eu não quero mais”

Moska


Quando eu era criança, digo em idade porque ainda me considero um pequeno garoto, tinha muita facilidade em dormir (aqui em casa todos sempre tivemos facilidade de pegar no sono), se estivesse com sono não importava o local eu encostava em qualquer canto ou abaixava minha cabeça e dormia. Hoje lembro com certa inveja daquele garotinho que pegava facilmente no sono, qualquer coisa a noite perturba-me e eu fico acordado.
Nesse mesmo tempo, eu era um garoto que acordava sedo, sempre as 6, com a maior espontaneidade, sem despertador, sem celular eu despertava a casa. Hoje a casa tem que me despertar, com as incansáveis noites mal dormidas e a cabeça que não se esvazia as manhãs se tornaram noites e as noites um prolongamento do dia. São momentos como esse de agora que reflito e a nostalgia enche meu peito e a saudade do passado chega.

Por que quando crescemos não paramos de pensar?

De vez em quando queria voltar a ser criança, sem problemas... sem preocupações e boas noites de sono.


My Personality in "LOST"